Bolo envenenado: assinatura de suspeita confirma que ela recebeu arsênio pelos Correios, diz polícia
28/01/2025
Investigação teve acesso aos recibos da compra, onde consta a assinatura de Deise Moura dos Anjos. Polícia ainda pediu prorrogação da prisão temporária de suspeita; justiça analisa pedido. Suspeita de colocar arsênio em bolo também teria envenenado suco consumido pelo filho
Polícia confirma que suspeita de envenenar bolo recebeu arsênio por Correio
O chefe da Polícia Civil, Fernando Sodré, confirmou, nesta terça-feira (28), que Deise Moura dos Anjos, suspeita de matar por envenenamento quatro pessoas da família do marido dela, recebeu arsênio por correio. Sodré falou sobre o caso em entrevista na Rádio Gaúcha.
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Segundo a polícia, dados que haviam sido solicitados aos Correios mostram a assinatura da suspeita no comprovante de entrega de uma encomenda de arsênio.
A investigação teve acesso ao recibo do pedido do veneno, feito pela internet, onde consta o nome da investigada como a receptora.
"Nós recebemos um dado, informações dos Correios sobre a remessa desse veneno que foi comprado pela internet, onde foi recebido o comprovante da entrega. O comprovante da entrega do Arsênio está com a assinatura da acusada", afirmou o delegado.
No início do mês, a polícia confirmou que Deise havia realizado consultas na internet buscando pelo veneno. O relatório inicial apontou ainda buscas feitas na internet por termos como "arsênio veneno", "arsênico veneno" e "veneno que mata humano". A partir disso, foram pedidos os dados aos Correios.
"Os dados que nós tínhamos de internet, dados de extração de celulares, de nuvem, uma série de coisas que nos deixam muito seguros de que realmente, infelizmente, foi ela a autora e a pessoa que pensou todo esse processo nefasto que levou três pessoas a óbito", confirmou Sodré.
Bolo envenenado foi recolhido ao Instituto Geral de Perícias (IGP)
Divulgação/IGP
Pedido de prisão temporária renovado
A polícia ainda pediu, nesta segunda-feira (27), a prorrogação por mais 30 dias da prisão temporária de Deise Moura dos Anjos. Ela está presa desde o dia 5 de janeiro.
O pedido, segundo o delegado Marcos Vinicius Muniz Veloso, é baseado no entendimento de que "a liberdade de Deise coloca em risco a obtenção das provas". Até a mais recente atualização desta reportagem, o Judiciário ainda analisava o pedido.
Inicialmente, o prazo para finalizar o inquérito seria 5 de fevereiro.
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Arquivo pessoal
Investigação
Zeli dos Anjos e o marido de Deise, Diego Silva dos Anjos, prestaram depoimentos como testemunhas no último dia 20, e não são tratados como suspeitos pela polícia.
Em nota divulgada no dia 10 de janeiro, a defesa da suspeita Deise Moura dos Anjos, presa temporariamente, alega que "as declarações divulgadas ainda não foram judicializadas no procedimento sobre o caso" e que "aguarda a integralidade dos documentos e provas para análise e manifestação".
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Os envenenados
De acordo com a Polícia Civil, sete pessoas da mesma família estavam reunidas em uma casa, durante um café da tarde, quando começaram a passar mal. Apenas uma delas não comeu o bolo. Zeli dos Anjos, que preparou o alimento, em Arroio do Sal e levou para Torres, também foi hospitalizada.
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Três mulheres morreram com intervalo de algumas horas. Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva tiveram parada cardiorrespiratória, segundo o hospital. Neuza Denize Silva dos Anjos teve como causa da morte divulgada "choque pós-intoxicação alimentar".
A mulher que preparou o bolo, Zeli dos Anjos, recebeu alta do hospital na sexta-feira (10). Segundo o delegado Marcos Vinícius Veloso, ela foi a única pessoa da casa a comer duas fatias. Uma criança de 10 anos, que também comeu o bolo, foi liberada na semana anterior.
Nota da defesa de Deise
Desta forma, já há contato com peritos criminais particulares para avaliação da documentação oficial e notícias veiculadas pelos meios midiáticos.
"A defesa da acusada Deise, representada pelo escritório Cassyus Pontes Advocacia, vem se manifestar no sentido de que houve acesso aos laudos preliminares do IGP, quanto aos fatos ocorridos na Comarca de Torres, bem como o da exumação do corpo do Sr. Paulo Luiz dos Anjos.
Entretanto, não há ainda a disponibilidade dos laudos referentes ao filho de Deise dos Anjos e seu companheiro, razão pela qual no momento não há judicialização das supostas novas vítimas.
Deise permanece recolhida com prisão temporária, a investigação segue, e conforme decisão judicial, ainda restam diligências a serem realizadas para a elucidação dos fatos no inquérito.
Cassyus Pontes Advocacia"
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